domingo, 16 de setembro de 2012
Falta a luz dos teus olhos na paisagem:
O oiro dos restolhos não fulgura.
Os caminhos tropeçam, à procura
Da recta claridade dos teus passos.
Os horizontes, baços,
Muram a tua transparência.
Sem transparência.
O mesmo rio que te refletiu
Afoga, agora, o teu perfil perdido.
Por não te ver, a vida anoiteceu
À hora em que teria amanhecido...
Miguel Torga
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